
A convocatória “Deitar no céu para olhar o chão” se abre para artistas interessados em explorar as relações entre arte e diferentes formas de perceber o céu — seus astros, ciclos e orientações. O convite parte da escuta dessas cosmologias que têm o céu como guia, e convida a olhar, a partir dele, para o chão, para os gestos, para o corpo.
Localizado em Nova Lima, o JA.CA está a poucos metros da Plataforma de Observações Astronômicas Francisco Prado, estrutura pública que integra o Parque Estadual da Serra do Rola Moça. O espaço da residência busca tensionar a convivência entre arte, ciência e território.
No Módulo 2: Escutas do movimento, a convocatória se dirige a artistas que têm o corpo em movimento como ponto de partida. Dança, performance, música, práticas cênicas — em diálogo com outras linguagens como literatura, crítica, arquitetura e artes visuais — são bem-vindas.
A proposta é experimentar coreografias estelares, imaginando a dança dos corpos celestes — rotação, translação, atração — como pistas para pensar modos de movimentar na Terra. Não se trata apenas de práticas formais da cena, mas de qualquer investigação em que o corpo e seus deslocamentos estejam em evidência.
A residência não tem como objetivo principal a criação de um produto final. O foco é abrir espaço para especulação e escuta, em torno do dançar enquanto gesto de imaginação, ritual, prazer e convivência. Das danças circulares aos passinhos do funk, nos interessam as camadas políticas e afetivas do se movimentar. Dançar também é um modo de marcar o espaço, de existirem relação, de afirmar presenças e provocar encontros.