Em 2010, o JA.CA inaugurou suas atividades com o lançamento de um programa de residências artísticas, estabelecendo um espaço de produção e interlocução entre artistas brasileiros e internacionais. O projeto previa que, com o deslocamento ao local, as questões específicas do bairro fossem tratadas das mais diferentes maneiras, formas e meios, seja pelas vindas diárias dos artistas locais ou com a estadia dos artistas internacionais.
A comissão de seleção, composta por Isaura Pena e Francisco Magalhães (Belo Horizonte), Maria Montero (São Paulo), Nathalie Anglès (Nova York), Anita Beckers (Frankfurt) e Silke Bitzer (Basel), considerou os principais objetivos do programa, avaliando não apenas um conjunto prévio de obras, mas focando nas propostas que pudessem produzir diferentes reverberações dentro do contexto de uma residência artística. Nesse sentido, foram priorizados projetos que apontam relações com o entorno, com a arquitetura e com a comunidade, assim como práticas artísticas que se mostraram mais suscetíveis a possíveis colaborações originadas no processo de compartilhamento de um espaço de trabalho.
Os artistas belo-horizontinos Paulo Nazareth, Pedro Motta, Roberto Andrés e Fernanda Regaldo, Isabela Prado, Pedro Veneroso e Grupo Passo (Flávia Regaldo e Aruan Mattos) desenvolveram seus projetos durante 8 meses, enquanto os artistas internacionais, Zachary Fabri (EUA), Gabriel Zea e Camilo Martinez (Colômbia), Berglind Jóna (Islândia), Marco Ugolini (Itália), Geraldine Juarez e Magnus Eriksson (México e Suécia) e Sarawut Chutiwongpeti (Tailândia), residiram no Centro por 2 meses.
No decorrer desse primeiro ano de residências, os artistas desenvolveram um conjunto de obras e experimentações e foram responsáveis pela constituição de um ambiente de diálogo, permeado por ações, debates, encontros para acompanhamento crítico, mesas redondas e conversas informais que envolveram curadores, críticos de arte, artistas, estudantes e a comunidade local.