Palestra c/ Arilson Favareto, Renato Emerson dos Santos e Ricardo Basbaum | e de novo (2016)

Palestra c/ Arilson Favareto, Renato Emerson dos Santos e Ricardo Basbaum | e de novo (2016)


A palavra “geografia” é usada a partir de sua origem etimológica, derivada dos radicais grego geo = “Terra” + graphein = “escrever”. Apontamentos para outras formas de leituras e entendimentos a respeito dos usos e relações com o nosso ambiente terrestre, examinando as práticas de explorações coloniais e as novas maneiras de ocupação territorial dos movimentos sociais que indicam caminhos futuros para a escrita da terra.




ABERTURA: 09/03/2016, Teatro de Bolso, às 19h

Mais perto que cafundó  (Palestra performada) 15min
Mabe Bethônico propõe uma série de associações através do passado e presente do Brasil em relação a operações de mineração no estado de Minas Gerais. O trabalho examina a relação conflituosa entre os direitos dos índios e dos quilombolas e as práticas de exploração. As imagens formam um inventário de uma tradicional loja de pedras semipreciosas em Belo Horizonte em seu último dia de funcionamento, em diálogo com imagens de estudos sobre o feijão e banco de solos, da Universidade Federal de Viçosa, bem como dos índios maxacali.
Mabe Bethônico: Artista professora associada da Escola de Belas Artes da UFMG, com mestrado (1993) e doutorado (2000) em artes visuais pelo Royal College of Art, Londres. Membro integrante do World of Matter, grupo internacional de artistas e teóricos em colaboração com o Institute for Theory (ZHdK), Zurique e Visual Department da Goldsmith College, Londres. A artista pesquisa a história da mineração em MG e trabalha questões de arquivo e memória.

PALESTRAS com:
Arilson Favareto: Sociólogo e Doutor em Ciência Ambiental, é professor da Universidade Federal do ABC, em São Paulo, e pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. Tem mais de 20 anos de experiência de pesquisas e assessorias no meio acadêmico, junto a governos e movimentos sociais, ou com organismos internacionais de cooperação. Sempre em assuntos relacionados a terra, conflitos socioambientais, políticas públicas e relações entre economia e natureza. Nos anos mais recentes tem se dedicado à análise de dinâmicas territoriais e experiências de desenvolvimento rural no Nordeste brasileiro e na África. É autor do livro Paradigmas do desenvolvimento rural em questão, agraciado com o V Prêmio Política e Planejamento Regional como melhor tese de doutorado.
Sinopse da apresentação: o início do Século XXI é marcado por ao menos três grandes problemas em escala planetária: o crescimento da desigualdade, as mudanças climáticas, os conflitos geopolíticos e o decorrente deslocamento involuntário de grandes agrupamentos humanos, que alguns preferem chamar de crise migratória. Na raiz de temas tão distintos há um elemento comum. Todos eles envolvem as formas de acesso e uso de recursos materiais pelas sociedades humanas. Em tal contexto, mensagens universais ganham forte apelo, como acabar com a pobreza, estabelecer formas de solidariedade global ou salvar o planeta Terra. Embora corretas sob o ângulo da ética, como ampliar as bases materiais do bem-estar e ao mesmo tempo exercer menor pressão sobre a natureza? Quem pode ter acesso aos recursos naturais, em que escala, e com que limites? Quem deve definir as maneiras de apropriação e uso destes recursos e com base em que critérios? A resposta a estas perguntas envolve aquilo que a Física já chamou de problema da entropia: a Terra é um sistema constituído de diferentes formas de matéria e energia, existentes em quantidade limitada, e tendente à desordem. Os recursos são finitos, as necessidades ilimitadas. É preciso deliberar e administrar o conflito distributivo que emerge desta situação. Não é só a terra, bem comum, o que precisa ser considerado, mas o território; isto é, as formas pelas quais as sociedades franqueiam e limitam o acesso a estes recursos. Ou, mais diretamente, de que maneira se organiza a violência material e simbólica em torno da definição de direitos e da base material necessária para garanti-los. Há consciência disto? Há progressos nas formas de lidar com isto? Estes são alguns dos aspectos a serem abordados.
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Renato Emerson dos Santos: Geógrafo e professor adjunto no Departamento de Geografia da Faculdade de Formação de Professores da UERJ. Coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Geografia, Relações Raciais e Movimentos Sociais(NEGRAM). Tem experiência na área de Geografia, atuando principalmente nos seguintes temas: Movimentos sociais e Geografia, ensino de Geografia, cartografia e lutas sociais, relações raciais, ações afirmativas no ensino superiore pré-vestibular para negros e carentes.
Sinopse da apresentação: “Expressões Espaciais das relações Raciais: Algumas Notas”. Cresce a preocupação acerca das dimensões espaciais das relações raciais. No campo da geografia, ciência que busca analisar fenômenos sociais através de sua dimensão espacial, estudos vêm rompendo um silêncio hegemônico estabelecidopor décadas. Pretende-se aqui contribuir nessa linha de reflexão sobre espacialidades das relações raciais (do racismo e do antirracismo). Trabalha-se a partir de duas ideias-chaves. Primeiro, de que há uma organização espacializada das relações raciais – enquanto principio regulador de relações , o dado racial é mobilizado ou não de acordo com os contextos de interação social, que têm na organização espacializada a chave da instauração ou não dos atos classificatórios. A segunda ideia-chave é a de que as relações raciais grafam o espaço, instituindo “geo-grafias” temporárias (como territorialidades de grupos definidos por traços culturais associados a um pertencimento racial, como as “posses” de hip hop), duradouras (como padrões de segregação racializada) ou quase perenes (como territórios quilombolas, ou toponímias vinculadas a heranças de relações sociais).
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Ricardo Basbaum: Artista e escritor, com atuação nos campos da crítica e teoria da arte. Participa regularmente de exposições e projetos desde 1981. Trabalha em torno das relações sociais e interpessoais, desenvolvendo uma abordagem comunicativa para impulsionar a circulação de ações e formas. Com diagramas, desenhos, textos e instalações cria dispositivos interativos nos quais a experiência pessoal e individual dos atores e observadores participantes desempenha papel relevante. Participou da 30ª e da 25ª Bienal de São Paulo (2012 e 2002), da Bienal de Kiev (2015), da 7ª Bienal de Xangai (2009) e da Documenta 12 (2007), entre outras exposições coletivas. Em 2014, realizou a individual “nbp—etc: escolher linhas de repetição” (Galeria Laura Alvim, Rio de Janeiro). Doutor em Artes pela ECA-USP. Professor do Instituto de Artes da UERJ.
Sinopse da apresentação: A fala apresentada na mesa “palavra, identidade, geografias” irá se desenvolver a partir da noção de “escala”: como movimentar forças e relações — ao mesmo tempo afetivas, sensoriais, estéticas, conceituais e políticas – a partir de modos, métodos e ações que se colocam ao mesmo tempo na superfície da pele e na geografia do território? A apresentação será construída a partir de experiências e intervenções realizadas nas séries “Você gostaria de participar de uma experiência artística?”, “re-projetando”, “diagramas”, “eu-você: coreografias, jogos e exercícios” e “NBP”, em desenvolvimento desde o início dos anos 1990.

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