A arte como resposta à crise social que vivemos
Entre os dias 10 e 12 de maio, de sexta a domingo, o Museu de Arte da Pampulha recebeu a artista baiana Virgínia de Medeiros para um encontro com os criadores contemplados pelo programa Bolsa Pampulha 2018/2019.
Ao longo do encontro, a artista apresentou uma série de reflexões sobre a própria trajetória, dedicada à realização de projetos audiovisuais a partir de experiências de convivência e colaboração com grupos sociais bastante distintos, a exemplo de prostitutas, líderes religiosos, praticantes de BDSM e moradoras de uma ocupação popular situada no centro de São Paulo. Entre os trabalhos compartilhados com os bolsistas, figuram os projetos Studio Butterfly (2003-2006), Cais do Corpo (2015), Alma de Bronze (2016-2018) e ainda o vídeo inédito Trem em Transe, filmado num vagão de trem urbano em Salvador.
No sábado, Virgínia de Medeiros ministrou uma oficina aberta aos bolsistas e ao público em geral, tendo como ponto de partida a potência do encontro entre diferentes histórias de vida. No último dia da imersão, domingo (12), Virgínia levou ao Museu de Arte da Pampulha uma palestra em que compartilhou com o público mais alguns de seus trabalhos, buscando ressaltar urgências do tempo presente e introduzir ao campo da arte contemporânea possibilidades de diálogo com a complexa realidade social que nos cerca.
O trabalho de Virgínia converge de estratégias documentais, para ir além do testemunho, questionando os limites entre realidade e ficção. A artista lida com o deslocamento, a participação e a fabulação. Adaptando imagens documentais para usos subjetivos, pessoais e conceituais, propiciando a revisão dos modos de leitura e representação da realidade e da alteridade. De Medeiros atua na área de arte e tecnologia com ênfase em vídeo-instalação e audiovisual.